ESCOLA SECUNDÁRIA GIL EANES
Curso de Educação e Formação de Adultos – Secundário
Uni. Comp.:4 Identidade e Alteridade DR 2
Maria Luísa Vairinhos, nº11 – 8/1/2009 doc. 2 CP
Colectivos profissionais e organizacionais
Todos nós, somos definidos como seres sociáveis, logo actuamos segundo normas, regras sociais, interagimos e compartilhamos direitos e deveres na sociedade. É através do processo de socialização, em particular da socialização primária, ou seja é a partir da infância e adolescência que adquirimos valores fundamentais, tal como atitudes e comportamentos de conduta. Grande parte da nossa actividade ao longo da vida decorre no interior de grupos que tem sobre nós uma enorme influência, (a família, os amigos, os colegas de escola ou de trabalho etc.)
No entanto, todos nós, e principalmente enquanto jovens, idealizamos pertencer, a outros grupos designados de referencia. Para integrar estes grupos, que nos servem de modelo, temos que aceitar voluntariamente, as normas e os valores do mesmo, como é o caso do jet set, que representa um “grupo” ao qual certos tipos de pessoas gostariam de pertencer, para tal imitam os seus comportamentos, entrando muitas vezes em conflito com o grupo de pertença que rejeita esses valores. Poderíamos dizer que existe alguma deslealdade entre os membros do grupo de pertença.
O grupo de pertença é aquele ao qual estamos ligados, seja por laços de sangue, de amizade, de camaradagem entre colegas de profissão ou ainda através do casamento. O casamento funciona muitas vezes como forma de ascensão social mais elevado, pelo que começa por ser grupo de referência
Todos nós pertencemos a grupos diferentes e em cada um deles ocupamos posições diferenciadas, o que se traduz em diferentes estatutos e papeis, por exemplo, a mulher tem o papel de esposa, mãe, profissional etc. Alguns desses papéis são determinantes para a socialização dos membros dos grupos a que pertencem, quer na socialização primária quer nas secundárias. Os grupos de referência também se apresentam como importantes socializadores contribuindo, muitas vezes, para uma socialização por antecipação. Assim, quando admiramos os valores, padrões de comportamento, estilos de vida de um grupo a que gostaríamos de vir a pertencer, temos tendência a usá-lo como modelo, dirigindo a nossa acção no sentido de uma trajectória que nos permita alcançar a posição e o estatuto social do referido grupo
Existem várias formas de ascensão na sociedade, ou seja, os processos de mobilidade social que permitem que o indivíduo ou grupo suba na hierarquia. Entre elas destacamos a aquisição de conhecimentos, através da escolarização, mérito pessoal, talento do indivíduo ou através do casamento, todos estes factores levam à mobilidade social que muitos procuram, o no sentido ascendente.
Todavia, a mobilidade também pode acontecer no sentido descendente. Pode verificar-se que o indivíduo não consiga manter a posição em que nasceu, por não aproveitar as oportunidades oferecidas à partida pelos pais ou por situações de infortúnio. O desenvolvimento económico e as mudanças tecnológicas podem conduzir ao desemprego indivíduos mais velho ou menos qualificados ou ainda à aceitação de empregos pior renumerados e menos reconhecidos socialmente. Neste caso, o processo de mobilidade social foi no sentido descendente.
“Nas sociedades arcaicas, a mobilidade social é difícil ou virtualmente impossível. Dificilmente o indivíduo ou o grupo se libertará dos estatutos que, à partida, lhe foram atribuídos.” (1)
Um grupo social é constituído por um conjunto de pessoas que têm objectivos comuns e compartilham os mesmos interesses.
Em Portugal, como em muitos outros países da Europa, temos assistido nos últimos anos a um aumento significativo no número de imigrantes. Por essa razão, todos nós somos confrontados com desafios multiculturais, seja nas nossas experiências profissionais ou no quotidiano. Na minha vida profissional, como auxiliar de acção educativa, contacto diariamente com pessoas de várias nacionalidades, principalmente dos países de leste e brasileiros, o que se tem tornado um grande desafio para mim. Também eu já fui emigrante, e conheço algumas das dificuldades porque passam todos aqueles que por qualquer motivo tiveram que deixar o seu país, por essa razão, tento no meu dia-a-dia ajudar na inclusão e adaptação à nossa cultura, respeitando, as suas práticas e comportamentos diários originários das suas culturas, como por exemplo, as suas formas de vestir, culinárias, tipos de relações, organização familiar, práticas religiosas etc.
É por isso importante que sejamos capazes de superar a discriminação cultural e racial, que ainda afecta a sociedade portuguesa, valorizando o esforço, das instituições governamentais que visa assegurar “a integração dos recém-chegados no grupo dominante favorecendo a aprendizagem da língua e da cultura do país de acolhimento, sem desconsiderar a sua pertença cultural, étnica, religiosa, linguística, promovendo o reconhecimento da pluralidade cultural. Acreditamos que este venha a ser o passo inicial para a concretização de uma sociedade mais justa e democrática.
Bibliografia
Fonte: sociologia12_interaccao_social_e_papeis_sociais_mobilidade_social (1) http://www.exames.org/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=908&Itemid=45
http://www.esec.pt/ceps/Susana/Publica%C3%A7%C3%B5es_files/susana_PDF/Preconceitos,%20estere%C3%B3tipos%20e%20distor%C3%A7%C3%B5es%20cognitivas.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722003000200013&lng=e&nrm=iso&tlng=e
http://www.esas.pt/dfa/sociologia/tipos_de_agrupamento.htm
http://filotestes.no.sapo.pt/psicSocial.html
http://www.acime.gov.pt/docs/Noticias/CNAI.pdf
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